Quando Jigoro Kano desenvolveu Judô, ele direcionava essa arte ao público masculino, entretanto, sua irmã mais velha demonstrou grande interesse em aprender e praticar Judô, o que o fez pensar em uma metodologia voltada a elas, de início de forma tímida e com muita prudência devido as poucas referências.
Mesmo o Judô sendo criado em 1882, é somente em 1923 que foi criado um departamento experimental de Judô feminino no Instituto Kodokan, entretanto, antes disso algumas pioneiras, que eram esposas ou irmãs de alguns assistentes do mestre Jigoro Kano já treinavam.
A partir de 1934, começaram a ser realizados cursos sobre o Judô praticado por mulheres, onde se defendia uma metodologia baseada nos Ukemis (técnicas de amortecimento de quedas), projeções e no estudo dos Katas (exercícios com duas pessoas, onde uma praticante sabe de antemão o que a outra irá fazer), nada muito diferente do que é praticado pelo Judô entre homens.
Com mais algumas medidas, o Judô feminino teve um breve momento de expansão, até o momento em que o “Judô masculino” passou a ser aceito como esporte olímpico, dando a entender que havia dois “Judôs”, o que fez declinar drasticamente a participação das mulheres nesse esporte. Vai ser somente no ano de 1980 que será realizado o primeiro Campeonato Mundial de Judô para Mulheres.
No Brasil, nessa modalidade destaca-se Edinanci Silva como sendo uma das referências do Judô feminino com quatro participações em olimpíadas, possuindo ainda no currículo o título de campeã mundial – Alemanha 2007, e Ketleyn Quadros, a primeira brasileira medalhista de jogos olímpicos em esportes individuais (bronze em Pequim 2008).
Interessante notar que ainda hoje há um predomínio de homens nesse esporte, persistindo também os vínculos familiares entre grande parte das judocas e outro ponto a ser analisado é fato do alto número de desistência pelas mulheres. Todas essas ocorrências merecem maior discussão e estudos.
Referência: http://www.judoinforme.com/geral.html, acessado em 07/10/2010.
